INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS

Museu Victor Meirelles

2003

  •  Lançamento da Revista Número Um e bate-papo com o Editor Afonso Luz

01 de julho de 2003

A revista Número propõe uma conversa sobre arte, numa linguagem simples e objetiva, com diferentes pontos de vista em relação às representações artísticas surgidas no país. Desde o lançamento da Número Um, o Museu vem distribuindo gratuitamente as edições da revista em Florianópolis.

A revista Número é fruto de conversas sobre arte e crítica travadas pelo grupo de discussão e elaboração de textos para as exposições do Centro Universitário Maria Antonia, da USP, ao longo de um ano de convívio.

O primeiro número é dedicado à questão do circuito alternativo e da atividade “independente” no meio das artes visuais. Uma escolha que se deu por uma série de motivos, desde a percepção de um aumento e amadurecimento de ações voltadas para a apropriação do espaço urbano como local da arte, até o diagnóstico de uma efervescência de eventos e mostras independentes e espaços auto-geridos

  •  Telepresença: interação e interfaces – Palestra com Prof.ª Drª Yara Guasque

4 de julho de 2003 

A palestra é um fragmento de sua tese de doutoramento defendida na PUC de São Paulo, no Programa de Comunicação e Semiótica.

A telepresença depende de uma comunicação dialógica que permita em tempo real a interação em seus diversos níveis: do proprioceptivo até o lingüístico. A interação entre operador e aparato na telepresença difere da interatividade dos formatos do videogame e deve ser conceituada separadamente. O design de telepresença deve priorizar a comunicação proprioceptiva sobre a lingüística e considerar também a comunicação entre espécies.

O atual estado da pesquisa consiste na formulação teórica mais robusta, com mensurações, que diferencie entre telepresença e realidade virtual, já que as definições como “estar lá” e “estar lá” não são mais suficientes.

Na telepresença o operador é um metaobservador. Como observador relativo ele alterna entre os pontos de vista diferenciados: o da “exoperspectiva” da terceira pessoa e o da “endoperspectiva” da primeira pessoa. É alguém que assume um distanciamento que o permite vivenciar o fenômeno sob a perspectiva do outro e que ao mesmo tempo experiencia o fenômeno como sendo a primeira pessoa. No ponto de vista da “exoperspectiva” o operador está fora do campo da ação. Já no ponto de vista da “endoperspectiva” o operador está no centro da ação, observando-a em fluxo.

O lugar do metaobservador é o lugar da interface, que nasce da intersecção das perspectivas “exo” e “endo”, representado pela figura do beijo entre as duas faces: a da cognição e a da percepção.

A telepresença também se mostra como máquina social. Se enfocarmos como o corpo vem sendo incorporado pelos sistemas interativos, a telepresença junto à indústria da experiência é uma máquina imersiva, social, como o são as câmeras escuras, os panoramas, os dioramas e os Imax Theaters. Como máquina social ela tem diferentes papéis e funções, funcionando como extensão cognitiva para Andy Clark; como instrumento de socialização humana para John Canny e Eric Paulos; e como organismo de codificação dos fluxos de desejo, para transformá-lo em energia produtiva, para Gilles Deleuze e Félix Guattari.

Na arte da telepresença vemos que, com a rede o metacérebro do computador, que supera a capacidade humana de memória e de processamento de dados, se expande para o metacérebro das redes distribuídas de intersubjetividade, com os trabalhos colaborativos de arte online.

 http://pages.udesc.br/~c2yrga

http://pages.udesc.br/~c2yrga/yara

Yara Guasque é artista multimídia; professora do Centro de Artes da Udesc; doutoranda do Programa de Comunicação e Semiótica da PUC-SP; bolsista Capes Prosup e Capes modalidade Sanduiche PDEE; pesquisadora visitante do Media Interface and Network Design Lab, MIND Lab, da Universidade Estadual de Michigan de julho de 2001 a julho de 2002.

  • Ciclo de História da Arte no Brasil

14-15 de agosto de 2003 – Módulo I : A arte Barroca no Brasil. Apogeu e superação do Barroco Português. Prof.ª Drª Cybele Vidal Neto Fernandes.

21-22 de agosto de 2003 – Módulo II : Arte Brasileira do Século XIX. Da Missão Artística Francesa a Pedro Américo e Victor Meirelles (1816-1879) De Rodolpho Amoedo a Eliseu Visconti (1879-1916). Profª Drª Ana Maria Tavares Cavalcanti.

04-05 de setembro de 2003 – Módulo III (séc. XX) – A Arte Moderna e a experimentação para além dela nas Artes Plásticas no Brasil. – Profª Drª Maria Luisa Luz Távora.

  • Dia Internacional do Patrimônio Cultural/ Dia das Portas Abertas – oficina teórica Paisagem Portátil com Daniel Acosta.

17 de setembro de 2003

O dia das Portas Abertas é a data em que todos os museus do IPHAN, em todo o país, funcionam gratuitamente e promovem atividades voltadas para a comunidade.

Esta data propõe uma reflexão sobre as relações entre museu e cidade, patrimônio cultural e serviço público. O Museu Victor Meirelles busca, com a realização desta oficina, ratificar a sua vocação de pólo difusor de arte, sem deixar de conscientizar a comunidade da importância e valorização do patrimônio, que é um bem cultural e que é de todos nós.

A Oficina Paisagem Portátil tem como proposta, nas palavras do artista e doutorando em Artes Plásticas pela Escola de Comunicação e Artes da USP, Daniel Acosta, “o corpo como refém da cidade, uma abordagem crítico-especulativa sobre as possíveis relações entre corpo, arte, arquitetura, cidade e paisagem.”

  • Seminário Arte e Literatura: A (Des) Construção Da Crítica Estética Contemporânea

27 de novembro de 2003

O Museu Victor Meirelles junto ao Programa de Pós-Graduação de Literatura da UFSC promoveu em novembro um seminário cujo tema é a relação entre arte e literatura. Mesa-redonda Arte Literatura e Crítica:

Dos Livros de Waltércio Caldas aos textos da Crítica– Luciano Ruas (artista e mestre em Teoria Literária), relações da produção de Waltércio com os textos críticos da década de 70.

Alguns comunicados sobre as palavras – Raquel Stolf(artista e mestre em Artes Visuais), partindo do texto Um comunicado sobre as palavras do artista Nuno Ramos, propõe uma reflexão de proposições artísticas contemporâneas que utilizam a palavra como matéria, experiência e conceito.

O livro na era da reprodutibilidade técnica: Avalovara como objet d’art – Prof.ª Drª Ana Luiza Andrade – enfoca a passagem do livro como ato de leitura para o livro como resíduo dentro do debate benjaminiano entre arte e mercadoria, através do romance-livro e objet d’art : Avalovara.

Entre a Pintura e a Palavra: a máquina muriliana – Prof. Dr. Wladimir Garcia – abordou a relação entre pintura e produção literária em Murilo Mendes.

Encontro com o artista Waltércio Caldas

Waltércio vem atuando com destaque no cenário nacional e internacional das artes visuais. Na década de 70 é co-editor da revista Malasartes; em 1973 realiza sua primeira individual no MAM/RJ (onde recebe o prêmio anual de viagem melhor exposição); em 1979 publica o livro Aparelhos, com texto crítico de Ronaldo Brito; em 1982 publica pela FUNARTE o Manual da Ciência Popular e em 1996, realiza a obra O Livro Velázquez. Possui obras em diversos espaços públicos em São Paulo, Rio de Janeiro, Alemanha e Noruega. Participou de importantes exposições coletivas como: Bienal Internacional de São Paulo, Documenta de Kassel (Alemanha) e Bienal de Veneza.

  • Seminário de Conservação Preventiva de Bens Culturais

novembro de 2003

Sempre voltado para a discussão de temas ligados à preservação de bens culturais, o Museu Victor Meirelles propôs como centro das discussões justamente as ações preventivas para a conservação destes bens.

A programação do evento contou com três mesas-redondas, duas oficinas e visitas guiadas ao museu e a Igreja de Santo Antônio, no bairro de Santo Antônio de Lisboa

03/11 (segunda-feira)

12h30min – Abertura da Exposição: Ateliê do Tempo: SCF – 10 Anos de Preservação do patrimônio Cultural – Local: Museu Histórico de Santa Catarina

13h30min – Inscrições e Credenciamento do Seminário – Local: Auditório Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina

14h30min – Abertura do Seminário

I MESA REDONDA (Horário: 15h às 18h) Coordenação: Lourdes Rossetto – Diretora do Museu Victor Meirelles/ 11 SR/IPHAN/SC

O Controle Climático em Museus Quentes e Úmidos – Franciza Toledo(Arquiteta e Conservadora de Recife/PE, PhD em Conservação e Museologia);

Sistema de Controle de Iluminação – Leonardo Barreto Oliveira(Engenheiro Eletricista/ Conservador do IPHAN de Minas Gerais)

Ações de Planejamento de Conservação Preventiva Para Bens Culturais – Solange Zuñiga (assessora internacional da Associação Brasileira de Conservadores e Restauradores/ABRACOR, do Rio de Janeiro).

19h – Abertura da Exposição Alusiva ao Centenário de Morte de Victor Meirelles – Local: Museu Victor Meirelles. Rua Victor Meirelles, 59 – Centro – Florianópolis, SC

04/11 (terça-feira)

II MESA REDONDA (Horário: 09h30min às 12h) Coordenadora: Lourdes Rossetto – Diretora do Museu Victor Meirelles/ 11SR/ IPHAN/SC

Conservação e Preservação de Acervos Fotográficos – Sandra Baruki(Chefe do Centro de Conservação e Preservação da Fotografia, da FUNARTE, Rio de Janeiro/RJ);

Conservação e Preservação de Acervos Documentais – Suely Deschermayer (Conservadora/ Restauradora do Museu Oscar Niemeyer, do Paraná)

14h – Visita ao Museu Histórico de Santa Catarina – Praça XV de Novembro s/n – centro- Florianópolis, SC

15h30min – Visita ao Museu Victor Meirelles

17h – Visita Monitorada à Igreja N. S. das Necessidades – Santo Antônio de Lisboa – Conservadora/Restauradora Susana Cardoso Fernandez

18h – Apresentação Musical e drink de cronfraternização – Local: Ádrio da Igreja N. S. das Necessidades – Santo Antônio de Lisboa

05/11 (quarta-feira)

III Mesa Redonda ( Horário: 09h às 12h) Coordenadora: Lourdes Rossetto – Diretora do Museu Victor Meirelles/11 SR/IPHAN/SC

Conservación y Criterios de Intervención en Arte Contemporáneo – Pilar Sedano (Vice-presidenta del Grupo Español de Arte Contemporáneo, Chefe do Depto. de Restauração do Museu Nacional do Prado, Madrid/ Espanha);

Conservação de Acervos de Obras de Arte em Suporte Papel – Jacqueline Assis (Responsável peloLaboratório de Conservação e Restauração de Papel e Chefe da Divisão de Conservação e Restauração do Museu Nacional de Belas Artes/ IPHAN do Rio de Janeiro)

IV Mesa Redonda ( Horário: 09h às 12h) Coordenadora: Susana Cardoso Fernandez – Conservadora / Restauradora

Mínima Intervención en la Conservación – Restauración de Textiles – Teresa Toca Porraz (Doctora en Conservación y Restauración de Patrimonio Historico Artistico. Universidad Politecnica de Valencia, España. Docente de la Escuela de Conservación y Restauración de Occidente ECRO y en la Maestria “Investigación del Patrimonio” Universidad Ibero Puebla, Mexico);

Educação Patrimonial – Fernando Romero (Educador do Museu Histórico de Santa Catarina);

Conservação Preventiva da Arte Sacra – Anamaria Ruegger (Diretora do CECOR, da UFMG)

Segurança Contra Roubo, Incêndio e Intempéries em Bens Culturais – Leonardo Barreto Oliveira (Engenheiro Eletricista/Conservador do IPHAN de Minas Gerais).

Oficinas:

04/11 (terça-feira) Conservação de Têxteis – Teresa Toca Porraz (Doctora en Conservación y Restauración de Patrimonio Historico Artistico. Universidad Politecnica de Valencia, España. Docente de la Escuela de Conservación y Restauración de Occidente ECRO y en la Maestria “Investigación del Patrimonio” Universidad Ibero Puebla, Mexico);

06/11 (quinta-feira) Conservação de Arte Contemporânea – Pilar Sedano (Vice-presidenta del Grupo Español de Arte Contemporáneo, Chefe do Depto. de Restauração do Museu Nacional do Prado, Madrid/ Espanha);

O Seminário foi uma atividade do Projeto Agenda Cultural 2003, do Museu Victor Meirelles, que conta com os imprescindíveis patrocínios da Caixa Econômica Federal e do Ateliê de Conservação e Restauração Suzana Cardoso & Fernandes através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.