INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS

Museu Victor Meirelles

Franklin Cascaes – “As Bruxas”

O inimaginável é absolutamente possível na Arte de Franklin Joaquim Cascaes, que consegue materializar os elementos mitológicos do seu sonho.

A Ilha de Santa Catarina é o único mundo aceitável, segundo Cascaes foi reservada pelo Arquiteto do Universo para que fosse habitada pelos seres sobrenaturais, logo, deuses também.

São elementais aéreos como os boitatás, o vampiro e até as bruxas, às vezes voam quando querem. Os elementais terrestres, lobisomens, saci, curupira, caipora e as bruxas que vagam pelos caminhos ermos da Ilha de Santa Catarina. Os elementais aquáticos como as sereias, a boiguaçu que sendo uma cobra também é terrestre e aquática. Neste Universo dominam seres inusitados, convivendo numa harmonia de extrema serenidade.

O artista sempre realizava dois desenhos do mesmo tema. Um é o rascunho, onde cria os personagens, conversa, analisa, conhece, emenda papéis ampliando espaço para a necessidade da figura. Feito isto, transfere para o papel definitivo, realizando o segundo desenho o qual chamamos de arte final. Neste, super elabora o desenho preocupado com detalhes ínfimos de traços diversos. Há a preocupação do ganho no movimento, e no nervo ótico que acaba levado ao ponto de fuga e atraindo o observador para a figura e o desenho como um todo.

São treze desenhos inéditos feitos a lápis, os últimos elaborados por Franklin Cascaes os quais apresentamos no Museu Victor Meirelles.

franklin cascaes 2Dois aspectos são curiosos: O primeiro rascunho feito a lápis, onde emenda papéis, dialoga com os personagens que estão sendo elaborados como se tivessem pedindo permissão para revelar aos mortais a imagem dos mitos. O segundo é o trabalho definitivo, onde o rascunho é transportado para um novo papel e elaborado com a técnica de nanquim a bico de pena. Observamos, no entanto, que os desenhos definitivos foram trabalhados a lápis, devido à avançada idade do artista com 75 anos e já com dificuldade de manejar a difícil arte da técnica do nanquim bico de pena.

São estes desenhos já denominados arte final extremamente elaborados a lápis que o Museu Victor Meirelles e o Museu Universitário brindam o grande público com a delícia da imaginação que torna possível revelar a mitologia que habita o Universo Aquático da Ilha de Santa Catarina.

Há um aspecto bastante curioso nas datações das obras. Por exemplo, Cascaes imaginou a figura num primeiro esboço num dia qualquer, de algum mês do ano de 1970, mas vai elaborar o desenho definitivo em 1980, curioso é que a data do desenho definitivo feito em 1980 é registrado e assinado como se o desenho definitivo tivesse sido elaborado em 1970.

                                                                                                                                         Gelci Coelho (Peninha)

Visitações:

Exposição aberta de 18 de agosto a 22 de setembro de 1995.

Horários:

Aberto de terça a sexta-feira, das 10h às 18h.
Sábados das 10h às 14h.

Informações:

(48) 3222-0692
museuvictormeirelles.museus.gov.br
mvm@museus.gov.br