INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS

Museu Victor Meirelles

Quem tem medo da Arte Contemporânea?

Primeiro Módulo do III Ciclo de História da Arte Brasileira
Oficina teórica com Fernando Cocchiarale
(crítico, curador do MAM-RJ e professor da PUC-RJ e do Parque Lage)
29 e 30 de setembro de 2005, das 13h30min às 17h30min
Sala Multiuso do Museu Victor Meirelles

Dia Internacional do Patrimônio Cultural
Dia das Portas Abertas (visitação gratuita)
16 de setembro, às 15h : mostra de vídeos – Arte Contemporânea

O primeiro módulo, intitulado Quem tem medo da Arte Contemporânea?, será realizado nos dias 29 e 30 de setembro, das 13h30min às 17h30min e pretende apresentar ao público em geral, professores, estudantes e artistas, alguns traços fundamentais da arte e do mundo contemporâneos.

Esta oficina teórica, de caráter introdutório, será ministrada por Fernando Cocchiarale, crítico de arte, curador do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e professor de Estética do Departamento de Filosofia e do curso de especialização em História da Arte e Arquitetura do Brasil, na PUC-Rio e na Escola de Artes Visuais, Parque Lage, no Rio de Janeiro. Serão abordados os seguintes temas:

– Diferenças essenciais entre a Arte Clássica e Arte Moderna: perspectiva e mímese (representação), planaridade e forma (em busca da autonomia da arte no modernismo).
– O mundo contemporâneo: Crise do sujeito, do indivíduo, os processos de montagem e edição característicos de um mundo fragmentado.
– Arte contemporânea: pluralidade, cotidiano e temporalidade.
– Tendências mais recentes da arte contemporânea brasileira.

Além disso, para comemorar o Dia Internacional do Patrimônio Cultural – Dia das Portas Abertas, em que a visitação é gratuita em todos os museus e espaços culturais, a Agenda 2005 do Museu Victor Meirelles, promoverá no dia 16 de setembro, às 15h uma mostra de vídeos do seu acervo, apresentando algumas doações recentes de arte contemporânea.

Introdução:

A arte contemporânea não pode ser pensada, estudada e compreendida da mesma maneira do que a arte moderna. Se o modernismo circunscreveu a discussão da arte no campo especializado da forma, da cor e do espaço, a contemporaneidade suscita, inversamente, a recondução da questão da arte à outras esferas não artísticas como a política, o corpo, a sexualidade, a filosofia, a ética e demais interfaces estabelecidas pela produção cultural de nossos dias.

Distantes da investigação formal, plástica, cromática e espacial que fizeram da Arte Moderna um campo especializado, isto é, um campo constituído prioritariamente pelos problemas exclusivos da produção visual e seus meios, os artistas contemporâneos vêm trabalhando questões de difícil definição.

Para o homem moderno a História cumpria uma função fundamental. Ao estudar o passado (memória) assinalava o sentido do presente (política) e a finalidade do futuro (utopia), a partir do conhecimento e da assimilação das lições do passado (memória). O fim do bloco soviético e o conseqüente triunfo da globalização precipitaram a crise das utopias que se manifestava desde a guerra fria. Repentinamente sem passado e sem futuro ( sem memória ou utopias, enfim, aparentemente sem História ) o homem moderno, formado segundo premissas inadequadas ao capitalismo globalizado, entrou em crise, tanto na esfera individual quanto na cognitiva.

Num esforço para restaurar a subjetividade perdida, muitos artistas vem se apropriando de objetos de uso cotidiano ligados às suas memórias individuais e coletivas, como também vem investigando o poder evocativo das palavras como conceitos inseparáveis dos significados dos trabalhos ou para consolidar narrativas. Indicam-nos, pois, vagamente, o trânsito de suas intervenções do âmbito privado para o domínio público, entrecruzando regimes de significados de ordens diversas, reunidos como fragmentos pela autoria de um sujeito.

O uso cada vez maior na produção contemporânea de meios visuais contíguos ao da arte – fotografia, cinema, vídeo, – e mesmo de materiais e suportes de campos mais distantes, demonstram que o desgaste da chamada auto-referência da forma modernista levou os artistas contemporâneos a buscarem novos significados em campos que não o seu. A arte atual não se restringe, pois, aos limites dos ateliês, museus, salas de exposições e galerias. Suas intervenções agora também podem incidir sobre o meio ambiente urbano e natural, as práticas sociais tradicionais e renovadoras, as esferas pública e privada, a ciência, a tecnologia ou qualquer outro domínio. Consequentemente pode assumir quaisquer meios e materiais, sejam aqueles apropriados do circuito tecnológico-industrial, destinados ao nosso consumo diário, sejam efêmeros por sua fragilidade ou por sua origem orgânica e mesmo aqueles convencionais como o desenho, por exemplo. Na busca de novos sentidos poéticos a arte vem se aproximando cada vez mais da vida real e do cotidiano das pessoas, numa espécie de valorização em novas bases do conteúdo da obra.

Cocchiarale

pré-inscrição
A oficina é gratuita, mas as vagas são limitadas. Quem estiver interessado em participar, deve encaminhar os seguintes dados para o Museu Victor Meirelles:
1. Nome Completo:
2. Telefone:
3. Email:
4. Formação:
5. Área de atuação profissional:
6. Instituição:
7. Por que deseja participar desta oficina?
8. Já participou de outras atividades no Museu Victor Meirelles? Quais?

O pedido de inscrição pode ser enviado para o emailmuseu.victor.meirelles@iphan.gov.br ou entregue diretamente no Museu (Rua Victor Meirelles, 59, Centro – Florianópolis-SC)
até o dia 21 de setembro de 2005

Este evento faz parte da programação da Agenda Cultural 2005 do Museu Victor Meirelles, que conta com o patrocínio da Caixa Econômica Federal, através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.

saiba mais sobre a oficina “Quem tem medo da Arte Contemporânea?”: