INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS

Museu Victor Meirelles

A fotografia na arte contemporânea brasileira: algumas perspectivas

10 de novembro de 2006 às 16h

cirandalivroPalestra com a artista e Profa. Dra. Maria Ivone dos Santos

No dia 10 de novembro, sexta-feira, às 16h, o Museu Victor Meirelles promove a palestra “A fotografia na arte contemporânea brasileira: algumas perspectivas”, com a artista e Profa. Dra. Maria Ivone dos Santos, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

A palestra pretende discutir os distintos estatutos que a fotografia adquire e assume na produção brasileira recente. A presença da fotografia na arte contemporânea brasileira suscita alguns questionamentos sobre o uso que os artistas fazem deste meio, assim como uma reflexão sobre os modos de recepção da imagem. A palestra busca levantar, a partir de alguns exemplos, o que ocorre com a imagem quando transita no modo expositivo, formas e dispositivos empregados, assim como o formato publicação.

Maria Ivone dos Santos é artista plástica, pesquisadora da área de fotografia e de escultura com ênfase nas ações artísticas no espaço público. É professora do Programa de Pós Graduação de Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS em Porto Alegre, RS. Coordena juntamente com Hélio Fervenza o grupo de pesquisa “Veículos da Arte”. Também coordena o Programa “Formas de Pensar a Escultura” (www.ufrgs.br/artes/escultura) e a Galeria da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo no Instituto de Artes da UFRGS (http://www.ufrgs.br/galeria/)

O tema da palestra está relacionado ao trabalho desenvolvido por Maria Ivone, na organização do livro “A Fotografia nos Processos Artísticos Contemporâneos”, em conjunto com o historiador e crítico de arte Alexandre Santos. O livro foi lançado em 2004, teve ampla repercussão junto ao público e no momento encontra-se esgotado. Com textos de 23 autores, o livro debruça-se sobre uma das questões mais discutidas no âmbito das artes visuais: a apropriação da fotografia pela arte contemporânea. O livro foi produzido pela parceria de duas instituições públicas, a Secretaria Municipal de Cultura e a Editora da UFRGS.

livro2Ciranda

No mesmo dia, o Museu promove o lançamento em Florianópolis do livro “Ciranda. Ensaio em Narrativas Visuais”, organizado por Paulo Silveira, com participação dos artistas Hélio Fervenza, Raquel Stolff, Mariana Silva da Silva, Letícia Cardoso, Fabiana Wielewick, Glaucis de Morais, entre outros.

O livro é fruto do Projeto Ciranda, que tem esse nome inspirado numa dança de grupo (diz-se de roda, onde geralmente todos se dão as mãos formando um círculo) originária de Portugal e ainda freqüente no Brasil. A palavra tem ainda muitos sentidos figurados, geralmente indicando movimentação ou tempo (como em “a ciranda das horas”). Motes como conjunto, tempo e movimento fundamentaram as atividades artísticas (especialmente de poéticas visuais) que ocorreram no segundo semestre de 2004, promovidas pelo Instituto de Artes e pela Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, oferecendo um espaço de interseção entre pesquisas autônomas e de pós-graduação.

A oficina que abriu o Projeto Ciranda discutiu aspectos da conformação dos livros de artista, especialmente os trabalhos alternativos em preto-e-branco. Aos participantes foi proposta a concepção de uma obra coletiva com construção visual, que respondesse a problemas plásticos e gráficos próprios da página e do ato de folhear. Na etapa seguinte do projeto, de encontros livres, outros artistas se juntaram ao grupo original, ampliando o círculo de participações. E finalmente, um ano depois, buscou-se sua edição.

A publicação da obra resultante pela Editora da UFRGS ajuda a expandir uma produção intelectual que tem predomínio de reflexões textuais, incorporando ao seu catálogo de edições um produto acadêmico fundamentado sobre a resolução ou proposição de problemas plásticos. Ao mesmo tempo, legitima e documenta a diversidade das expressões intelectuais na ação universitária. Disponível a diferentes públicos, este volume unifica propósitos de extensão, pesquisa e pós-graduação da universidade, além de colocar em exercício os dois principais desenvolvimentos metodológicos da pesquisa em artes (a área de concentração que contempla a história, teoria e crítica da arte, e a voltada para as poéticas visuais).

Os artistas/autores deste livro são professores de graduação ou de pós-graduação do Instituto de Artes da UFRGS e alunos e ex-alunos do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (mestrado e doutorado), incluindo os seis formadores do grupo de pesquisa Veículos da Arte, cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Coube a esse coletivo de artistas pesquisadores, racionalizar as relações de tempo e espaço, sem se afastar do prazer ao desenvolver seqüências de páginas com a lógica inerente ao pensamento visual, agregando ao empreendimento artístico a funcionalidade difusora do livro.

Sobre o organizador:
Paulo Silveira é Bacharel em Artes Plásticas (com ênfases em desenho e em pintura), bacharel em Comunicação Social, mestre e doutorando em Artes Visuais (área de concentração em História, Teoria e Crítica da Arte) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Autor de A página violada: da ternura à injúria na construção do livro de artista, Editora da UFRGS, 2001. É programador visual na UFRGS desde 1982. Integrante do grupo de pesquisa Veículos da Arte (CNPq).