Revista Eletrônica um ponto e outro nº 02 – Mariana Palma
Revista do programa de exposições do Museu Victor Meirelles
Atividades Educativas
A ação educativa foi pensada para este espaço expositivo, trabalhando com o recorte da obra de Mariana Palma exposta no Museu Victor Meirelles, no período de 13 de dezembro de 2006 a 22 de fevereiro de 2007.
Mariana Palma
São Paulo, 1979
Vive e trabalha em São Paulo
1. Biografia
Mariana Palma nasceu em São Paulo, ingressando no curso de bacharelado em artes plásticas, em 1998, da Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, concluindo o mesmo em 2000. A artista já realizou exposições individuais em Florianópolis, no Museu Victor Meirelles, em Recife, no Instituto de Arte Contemporânea, em Curitiba na Fundação Cultural, em Ribeirão Preto no Museu de Arte e em São Paulo, na Galeria Casa Triângulo. Em 2006 participou de sete coletivas, dentre elas Rumos Artes Visuais. Nos anos anteriores, suas obras já puderam ser apreciadas em 21 exposições coletivas. Mariana Palma recebeu algumas premiações: Prêmio Exposição Individual do SESC Ribeirão Preto (2003), Prêmio Aquisição do Museu de Arte Contemporânea de Campinas, Prêmio do Museu de Arte de Ribeirão Preto, da Casa do Olhar em Santo André em 2003,2005 e 2006 respectivamente. Participou de projetos com Albano Alfonso, Sandra Cinto, Eduardo Brandão e cursos ministrados por Nelson Leirner, Iole de Freitas, Carlos Farjardo, Rodrigo Naves, Paulo Pasta entre outros. Mariana Palma é uma artista que dialoga com o mundo das cores em suas aquarelas e pinturas, se entorpece dele, com uma riqueza de detalhes impressionante.
2. Diálogos
A partir da obra de Mariana Palma quais as possibilidades de gerarmos temas a serem trabalhados em sala de aula? Para facilitar o desdobramento das ações propomos como temas iniciais os seguintes:
Materialidade – Qual o potencial expressivo dos diversos materiais que estão a nossa volta? Que suportes e técnicas a artista utilizou?Que tipo de texturas as pinturas da artista sugerem?
Processos de composição – De que maneira a combinação de materiais distintos, podem, sugerir interpretações diferenciadas, a partir dos procedimentos que adotarmos com eles? De que maneira a composição adotada pela artista sugere uma pintura tátil?
Arte e vida – Quais as relações que eu (aluno) sou capaz de fazer com este objeto que acabo de produzir? Consigo me identificar no trabalho? Qual é a temática predominante com a obra da artista? Consigo associar as imagens da obra com imagens existentes no mundo em que vivo?
Identidade/ subjetividade – Como me vejo representado a partir da escolha de materiais e procedimentos artísticos. Existe algo que pertença à identidade coletiva, do grupo? E identidade individual, há alguma parte do trabalho na qual você se identifica? A partir de uma mesma imagem da obra quais são as possíveis relações que estabelecemos de maneira individual.
Inventividade/hibridismo – Como podemos traçar relações entre os trabalhos da artista e o que supomos ver? A artista opta por deixá-los sem título, que nomes darias para as formas informes? Crês que são figuras inventadas ou reais?
Corpo – De quais maneiras posso representar meu corpo a partir de materiais expressivos? Como o corpo humano ou fragmentos dele aparecem na obra de Mariana Palma? Existem outros corpos, além dos já conhecidos e explorados pela mídia? Por vezes o corpo aparece mutilado, em fragmentos, com peles e pêlos avulsos, comente isso com relação à arte contemporânea, ao corpo contemporâneo, ao corpo transgênico, ao corpo híbrido. Podemos traças relações nas questões de gênero contemporânea?
Dicionário – Através das figuras hibrídas da artista, que palavras ou frases, coletadas ou inventadas, existentes ou não, são significativas em relação ao tema proposto pela artista? É possível encontrarmos palavras que permaneçam na zona de conflito, onde não podemos identificar ou associar o signo ao sentido? Poderíamos inventar palavras?
Colação – Tendo como referência a obra de Mariana Palma e as propostas dadaístas tais como os poemas non-sense, as máquinas sem função, fotomontagens oníricas, incoporporações de diversos materiais entre outros, realizar uma colagem utilizando imagens de jornais e revistas, misturando partes das imagens de modo que a imagem original não possa mais ser identificada, trabalhando questões como o hibridismo, a fragmentação, o corpo e a materialidade.
3. Obra em ação – Pensando obras da exposição
A partir da obras de Mariana Palma (ao lado), através de uma caixa, fechada, contendo somente um orifício para que possa colocar a mão, depositar elementos de diversas naturezas de textura, tais como algodão, pelúcia, voal, lixas e outros. Através desta caixa a pessoa poderá sentir o objeto, mas não poderá ve-lo, associará assim o elemento sentido sensorialmente com alguns dos trabalhos da artista, fazendo uma relação entre o tridimensional com o bidimensional, já que os trabalhos pinturas sugerem um corpo e uma textura, que na verdade é uma bela mentira. Desta forma a textura e o corpo serão associados pela imaginação de quem estará com a mão na caixa.
Pela pele, pelos pêlos, pelos corpos híbridos de Mariana Palma – aglutinar objetos, tecidos e diversos materiais de forma que o resultado de tal ação, se transforme em outra, ou seja associando cadeira, tecido e cordas, criar objetos hibrídos retirando sua identidade inicial, transformando-os em outra coisa, saindo de sua estética inicial.
Vestidos com sacos grandes em diversas texturas (ráfia, juta, algodão, plástico), cortados como camisetas -com orifícios para cabeça e braços. Movimentar o corpo a partir de diferentes ritmos ocupando todo o espaço da sala. Quando a música parar, ir para o centro formando um grande e único corpo imóvel. É possível fazer um paralelo com os Parangolés de Hélio Oiticica. Na foto acima, Nildo da Mangueira em 1964 com Parangolé.
4. Chá das cinco – Diálogos com outros artistas:
Conversando com…
4.1. Dialogando com depoimentos
5. Para saber + …
HOLM, A. M. Fazer e Pensar Arte. São Paulo: Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2005.
BORGES, J.L.; GUERRERO, M. O Livro dos Seres Imaginários. São Paulo: Globo, 2000.
COLEÇÃO MONTEIRO LOBATO, Editora Brasiliense