INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS

Museu Victor Meirelles

Hassis – “Desenhos”

1994 - HassisDe Hiedy Assis Corrêa, passou a H. Assis Corrêa, depois H. Assis, para resumir-se a Hassis. Nascido em Curitiba/PR, em 1926, residiu em Florianópolis desde 1928. Começou a demonstrar sua criatividade desde a infância, quando empolgava-se com as revistas em quadrinhos, seus movimentos, formas e cores.

Trabalhou como desenhista em empresa de tipografia e urbanismo e na madeireira Santo Amaro, junto ao Porto de Florianópolis. Surgem daí os temas dos bares e da turma da madrugada.

Em 1948, seu então professor de português na Academia de Comércio de Santa Catarina, Aníbal Nunes Pires, o convida para ilustrar o conto “Flores” e a capa do livro “Terra Fraca”. Para Salim Miguel, ilustra o conto “Noturno”, e assim, torna-se ilustrador da Revista Sul, passando a contribuir com o movimento literário e artístico conhecido por “Grupo Sul”, na década de 40 a 50.

Em 1957 fez uma série de desenhos com motivos do folclore ilhéu no Restaurante Caiçara, já demolido. Na época, o adido cultural do Instituto Brasil-Estados Unidos (IBEU), tendo ido almoçar naquele restaurante, gosta do trabalho e convida-o a fazer a 1ª Exposição de Pinturas e Desenhos de Motivos Catarinenses.

Na mesma época, torna-se membro fundador do Grupo de Artistas Plásticos de Florianópolis – GAPF, e participa do primeiro Salão desse mesmo grupo, obtendo o 1º lugar com a tela “Vento Sul com Chuva”.

De 1961 a 1987, Hassis faz a decoração de carnaval nos principais clubes da cidade, sendo a mais tradicional a do Clube 12 de Agosto. Dos diversos temas que abordou em sua obra, em murais, desenhos ou pinturas, apresenta em 1962 os 14 passos de sua Via Crusis, onde consegue expressar toda serenidade de Cristo no sofrimento do Calvário.

Em 1965 criou desenhos motivados no folclore ilhéu, em mosaico português, para cinco praças públicas de Florianópolis.

A exposição “O Circo”, apresentada em 1972, mostra o universo do circo, povoado de sonhos e fantasias. Estes mesmos desenhos apresentados na exposição foram reunidos num álbum contendo 19 pranchas e intitulado “Respeitável Público”, publicado em 1982.

No início de 1978, então funcionário da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, foi visitar a Capela da Santíssima Trindade Que estava sendo restaurada e onde, na infância, ajudara como sacristão. Entusiasmado, prontificou-se a executar um mural que foi intitulado “Mural Humanidade”, com 160 metros, no qual procurou fazer uma análise pessoal deste século, abordando uma linguagem universal: O Apocalipse.

Hassis sempre foi um interessado pela Guerra do Contestado. Desde os anos 50 , por intermédio do seu avô, que teve participação direta no conflito e também quando era motorista de caminhão, transportando madeira na região serrana onde conheceu alguns remanescentes do conflito.

Iniciado em 1984, o painel “Contestado – Terra Contestada”, em 36 metros, divididos entre os seus sete módulos, onde os desenhos fazem um relato cronológico do conflito. Este painel, após ficar por anos no Terminal Rodoviário Rita Maria, em Florianópolis, atualmente se encontra no Museu do Contestado, em Caçador – SC.

Hassis executou o mural do Aeroporto Hercílio Luz com rendeiras e pescadores da Ilha de Santa Catarina; o mural do Banco do Brasil, com aspectos da Ilha e, em agência do mesmo banco, na cidade de Porto, em Portugal, com um panorama das regiões brasileiras.

É autor, ainda, de murais expostos nas seguintes instituições: Banco do Brasil S.A., Florianópolis/SC – 1971; Clínica de Olhos São Sebastião, Florianópolis/SC – 1972; Indústria Perdigão S.A., São Paulo/SP – 1977; USATI S.A, Florianópolis/SC – 1978; Capela da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC –1979; Banco do Brasil S.A., Agência do Porto – Portugal – 1980; Banco do Brasil S.A., Agência Joinville/SC – 1984; Residência de Max Stolz Neves, Curitiba/PR – 1984; Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, Florianópolis/SC – 1986.

Participou de aproximadamente 213 coletivas e salões de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul. Conta com mais de 66 exposições individuais realizadas.

Obras suas integram o acervo dos seguintes Museus de Arte: MASC de Florianópolis/SC, MAC de Curitiba/PR, além de coleções particulares no Brasil e no exterior.

Seu nome é verbete no Dicionário de Artes Plásticas no Brasil, Grande Enciclopédia Delta Larouse, História de Santa Catarina – Grafipar, Espreita no Olimpo de Péricles Prade, página 83, revista Cultura do MEC – Brasília/DF, Santa Catarina – Terra e Gente, Nove Membro do GAPF – 20 anos 58/78, Caderno de Arte Catarinense de Adalice Araújo – Curitiba/PR.

Toda a evolução plástica de Hassis aborda seus registros de infância, situações do cotidiano, as marinhas, os temas sociais e sempre o folclore ilhéu, os lugares e personagens da terra catarinense, onde vive desde os dois anos de idade, e também onde tornou-se marco importante no contexto de nossa arte. Conforme escreveu Harry Laus em 1987: “Hassis continua atento e produtivo como em 1957. A diferença é que, hoje, não escandaliza mais ninguém porque a cidade aprendeu com ele muitas lições e agradece, com alegria, mais este atestado de amor a arte”.

Fonte: http://www.fundacaohassis.org.br/

1994 Hassis I

Visitações:

Exposição aberta de 21 de dezembro a 16 de fevereiro de 1995.

Horários:

Aberto de terça a sexta-feira, das 10h às 18h. Sábados das 10h às 14h.

Informações:

(48) 3222-0692 museuvictormeirelles.museus.gov.br mvm@museus.gov.br