COLÓQUIO: A PAIXÃO SEGUNDO BACH E ELOMAR
11, 12 e 13 de março de 2008 das 14h às 18h
Sala Multiuso do Museu Victor Meirelles
Apresentação
A palavra paixão é usada em vários sentidos: entusiasmo, furor incontrolável, sentimento de amor intenso capaz de ofuscar a razão, peça teatral cantada, o martírio e sofrimento de Jesus Cristo. De onde vem essa variedade de significados? Neste colóquio pretende-se, em um primeiro momento, analisar os conceitos de paixão e os termos que lhes são correlatos, buscando mostrar os momentos-chave em que este vocabulário foi construído na cultura ocidental, a partir da matriz greco-romana e da matriz cristã, tendo como fio condutor a simbologia do padecimento de Orfeu e Jesus Cristo. Em um segundo momento, nos concentraremos na estética relativa ao sofrimento e sacrifício e discutiremos a representação da paixão cristã nas obras de Bach e Elomar, por meio da análise da primeira parte da Paixão Segundo São João, de Bach, e de algumas peças do cancioneiro elomariano, que mostra, na travessia dos retirantes pelo sertão, a tragicidade do sofrimento humano como epifania do padecimento divino.
Programa:
11 de março
Paixão – dos nomes e sentimentos
A passio (latina) e a pathe (grega). Razão e paixão no drama grego. Retórica e teoria da emoção. Mito e música: Apolo, Dioniso, Orfeu. Teofanias, catábases e a busca de harmonia. Padecer e ser movido como índice de imperfeição ontológica. Estética da dor e do sacrifício.
12 de março
Bach – racionalidade e sublimação da dor
Os autos medievais e a origem do oratório. Afetos e sentimentos. Considerações sobre as Paixões Segundo Mateus e João. Música e palavra no barroco. Bach e questão da harmonia e do ritmo. Uma análise da primeira parte da Paixão Segundo São João, de Bach.
13 de março
Elomar – oralidade e memória da dor
Reminiscências medievais no sertão nordestino. Auto da Catingueira e Cartas Catingueiras: o cenário, o elemento musical, o padecimento dos personagens e sua sublimação pelo canto do poeta. Canção, oralidade e memória.
Sobre as palestrantes:
Márcia Ramos de Oliveira
Doutorou-se em História, com tese sobre Lupicínio Rodrigues, na UFRGS, onde também fez mestrado e graduação na mesma área. Coordena o Laboratório de Imagem e Som (LIS) e Núcleo de Estudos Históricos (NEH)/UDESC, onde leciona nas áreas de História Antiga e Medieval, História Cultural e Canção. Coordenou, em 2004, o projeto A História no Teatro: uma proposta de Arte-educação, que culminou com a peça Recortes medievais: o amor como subtítulo. Foi Secretária-adjunta da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos/SUL (biênio 2004-2005). Atualmente, pesquisa na área de oralidade e canção, música popular brasileira, memória e mídia – com ênfase nos registros sonoros e na radiodifusão.
Maria Cecília de Miranda N. Coelho
Doutorou-se em Língua e Literatura Gregas, na USP e Brown University/EUA, com tese sobre filosofia, retórica e drama gregos. É mestre em Filosofia, pela USP, e graduada em Matemática e Filosofia, pela UnB. Em Florianópolis foi professora de filosofia na UDESC, onde coordenou o Grupo Gregos e Baianos e o Projeto Filocinema – um olhar sobre a Grécia Clássica, e atuou como Secretária da Regional Sul da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos/SUL nos biênios 2004-2005 e 2006-2007. Atualmente trabalha no Projeto de Ensino de Língua Grega Antiga on line, na COGEAE-PUCSP, e pesquisa na área de teoria das emoções e retórica.
Silvana Mariani Hueblin
Formou-se em violão clássico no Conservatório de Schaffhausen, na Suíça. Estagiou como bolsista do Programa Bolsa Virtuose do Ministério da Cultura no Instituto Jaques-Dalcroze, em Genebra. Licenciada em Música, pela UDESC, é autora do método de violão O equilibrista das seis cordas (Ed. Musimed & UFPR), resultado de sua experiência como professora de violão para crianças, na rede de escolas públicas na Suíça no Brasil, e como criadora de um curso de musicalização infantil através do violão, no Conservatório de MPB, em Curitiba. Atualmente estuda cinema e música, tendo dirigido o documentário sobre o violinista catalão Luis Soler.
Pré-inscrição até 07 de março de 2008
O colóquio é gratuito e serão oferecidas 40 vagas para esta oficina, priorizando a presença de profissionais e estudantes das áreas de música, história e filosofia. Será dado um certificado de participação mediante 100% de freqüência (12 horas/aula).
Interessados em participar devem encaminhar seu pedido de inscrição com os dados abaixo para museu.victor.meirelles@iphan.gov.br. O resultado da seleção será divulgado por e-mail, até o dia 20 de fevereiro.
1. Nome Completo:
2. Telefone:
3. Email:
4. Formação:
5. Área de atuação profissional:
6. Instituição:
7. Como fica sabendo das atividades promovidas pelo Museu?
8. É membro da Associação de Amigos do Museu Victor Meirelles?
Informamos que os inscritos que tiverem seu pedido de inscrição deferido e não comparecerem à oficina sem aviso prévio terão sua inscrição negada para a próxima oficina oferecida pelo museu.
O quê: Oficina – A Paixão segundo Bach e Elomar
Onde: Museu Victor Meirelles (Sala Multiuso)
Quando: 11, 12 e 13 de março de 2008 das 14h às 18h
Quanto: Gratuito