Museu Victor Meirelles promove mesa-redonda sobre arte, morte e patrimônio nesta quinta-feira
O Museu Victor Meirelles (IBRAM/MinC) promove, na próxima quinta-feira, 10 de maio, das 19 às 21h, a Mesa-Redonda Continuidades e Rupturas: Arte, Morte e Patrimônio. O evento é gratuito, sem inscrições prévias, e ocorre na sede provisória do Museu, na Rua Rafael Bandeira, 41, Centro. As palestrantes serão a professora adjunta do Departamento de Língua e Literatura Vernáculas da UFSC, Telma Scherer, com o tema Vivas à morte viva: os processos de escrita, a alegria e o fenecer, e a presidente da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais – ABEC, Elisiana Trilha Castro, falando sobre Patrimônio cultural funerário: a morte como tema e seus dilemas.
A proposta é a discussão sobre ciclos na Arte e no Patrimônio a partir dos valores da produção artística e das teorias de patrimônio sempre em movimento e transformação, em vanguardas e movimentos de ruptura, nos ciclos de renovação de linguagens e de políticas. O tema da “Morte” (ou das “mortes”) serve de eixo conceitual para a percepção dos ciclos de memórias e de esquecimentos, de continuidades e de transgressões, de abandonos e de recriações. A atividade foi elaborada pelos participantes da Oficina de Planejamento de Exposições, realizada de 19 de março a 11 de abril com estudantes de Museologia e Artes Visuais.
Também integra o último módulo expositivo do Projeto Victor em 4D, conjunto de exposições que busca sugerir possíveis leituras sobre o acervo do artista preservado pelo Museu Victor Meirelles, identificando em diferentes módulos as características estéticas de suas obras, as faces de Victor como aluno, professor e artista, o ambiente em que sua produção estava inscrita na segunda metade do século XIX e o legado deixado pelo pintor, como patrimônio artístico brasileiro. A última exposição – sob o título Victor e o Tempo Presente – será inaugurada no dia 20 de junho de 2018 e encerra o Projeto, observando os tempos e as transformações da cidade de Florianópolis e sugerindo aproximações do patrimônio oitocentista com a arte contemporânea.
Palestrantes
Telma Scherer
Professora adjunta do Departamento de Língua e Literatura Vernáculas da UFSC
Título: Vivas à morte viva: os processos de escrita, a alegria e o fenecer
Ementa: A palestra procura aproximar o tema da morte aos processos de escrita e de criação artística, partindo de contribuições literárias da poesia brasileira dos séculos XIX e XX. A bi-implicação entre durar e desaparecer pode ser encontrada em múltiplos textos que abordam os processos de escrita. Também o fascínio da morte como tema literário, e a sedução do fenecer como forma de gozo, marcam a tradição da poesia brasileira. Um percurso por autorias que tratam a morte com abordagens diversas será utilizado como roteiro dessa reflexão.
Resumo do currículo:
Telma Scherer é artista e professora. Formada em Filosofia e Artes Visuais, tem mestrado e doutorado em Literatura e atua como professora adjunta do Departamento de Língua e Literatura Vernáculas da UFSC. Como poeta, publicou os livros Desconjunto (IEL, 2002), Rumor da casa (7Letras, 2008) e Depois da água (Nave, 2014). Trabalhou como oficineira de literatura da Descentralização da Cultura (Porto Alegre), do SESC Santa Catarina e do SESC Rio Grande do Sul. Tem experiências na área da performance e da poesia falada.
Elisiana Trilha Castro
Presidente da ABEC (Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais)
Título: Patrimônio cultural funerário: a morte como tema e seus dilemas
Ementa: A partir da atuação no campo do Patrimônio Cultural Funerário, a palestra abordará alguns dos impasses que assombram a morte como tema de pesquisa e, especialmente, como parte do conjunto de bens culturais. O Patrimônio Cultural Funerário (e suas mortes) serve para a reflexão sobre as memórias e esquecimentos, desaparecimentos e interditos na contemporaneidade.
Resumo do Currículo:
Possui graduação em História pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2004). Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina, no programa de Arquitetura & Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade e doutora em História Cultural (UFSC). Tem experiência na área de História, com ênfase em patrimônio cultural e especialidade em patrimônio funerário, atuando também na área de preservação de acervos e história institucional. É presidente da ABEC (Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais).
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