INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS

Museu Victor Meirelles

Exposição “Sobre Minha Mãe” recebe atividades de encerramento no sábado (29)

publicado: 25/04/2023 10h39, última modificação: 25/04/2023 10h39

A exposição “Sobre Minha Mãe”, de Ricardo Ramos e com participação da mãe do artista, Zilda S. Ramos, permanece em cartaz no Museu Victor Meirelles (Ibram/MinC) até o dia 29 de abril de 2023. Nesta data final, sábado, das 10h30min às 15h, haverá a programação de encerramento “Como bailar sobre/com a temporalidade da vida/arte”, proposta e organizada pelo Armazém Coletivo Elza, pelo Grupo de Pesquisa [compor] CNPq/UDESC e pelo Museu Victor Meireilles. Confira:

Programação

10h30min às 12h – ConversaAção com Ricardo Ramos (Artista), Juliana Crispe (curadora da exposição), Fernando Boppré (texto crítico da exposição) e Grupo de Pesquisa [compor] CNPq/UDESC.

14 às 15h – Roda de Conversa “Etarismo e Subjetividades Contemporâneas”, com Cristina Corrêa (psicóloga, graduada e pós-graduada pela UFSC e psicanalista em formação pelo Instituto Gerar-SP. Além de seu percurso na clínica, também trabalhou por muitos anos com políticas públicas no SUS e SUAS).

15h – Encerramento com Baile Dançante no Museu. AtivAção do Armazém-Coletivo Elza, com a Dançarina-mãe do artista Zilda Ramos

A exposição
“Sobre Minha Mãe” tem curadoria de Juliana Crispe e texto crítico de Fernando Boppré. O objetivo é abordar a relação da temporalidade, pretendendo-se discutir, pensar e articular questões sobre a necessidade do olhar cuidadoso com os idosos. Com afeto através da arte, o artista Ricardo Ramos mostra pelo retrato da mãe o convívio e cotidiano de ambos.

As obras são feitas a partir do material de descarte de medicação usado por Zilda que, aos 90 anos de idade, sofre do mal de Alzheimer e problemas no coração: caixas de medicamentos, bulas e cartelas, além das pinturas de Zilda, que começou a pintar na terceira idade.

A série “Sobre Minha Mãe” começou com as bulas – com a colagem delas a partir de seus diversos formatos, obtendo grandes folhas. Nelas Ricardo pintou a mãe, em tamanho natural, sobre registros de passeios pela cidade. Recorreu à fotografia nas caixas de remédios. Nas cartelas experimenta o tridimensional, com objetos que saltam das paredes para ganharem o chão. Já os trabalhos de Zilda são sempre florais e alegres.

Ricardo Ramos
Nasceu em Lages, na serra catarinense, em 1964. É o sexto filho de sete irmãos. Ainda menino, mudou-se com a família para Florianópolis – terra natal de sua mãe, Zilda S. Ramos. Nos anos de 1980 começa sua trajetória artística de forma autodidata. Trabalha com figuração e linguagem abstrata nas composições. Bidimensional na construção, adota o papel e a lona como suportes preferidos.

Logo vem a necessidade de ampliar conhecimentos. Ingressa no Centro de Artes CEART (UDESC) no curso de Educação Artística/Desenho, conclui em 1991; cursa Educação Artística/Artes Plásticas nos dois anos seguintes. Em 1994, fez pós-graduação em pintura, também no CEART. Em 1996 cursa pintura, desenho e mural (afresco) na Universidade Complutense de Madri, Espanha. Foi um período de grandes descobertas, no qual estabelece intercâmbios significativos com colegas, professores e artistas, pesquisa questões de construção e de identidade.

Ricardo continua com foco no desenho e na pintura, e experimenta o tridimensional como exercício da construção artística e poética. Expõe o resultado da intensa criação em mostras individuais e coletivas. Entre suas obras, destacam-se as séries: Sobrevoo; Caras & Personas; Exército de Inúteis; Sobre Minha Mãe; Paisagem do Interior; e Homem Peixe, além dos Livros de Pintura. Suas obras sempre exibem novos registros, seja de pessoas, seja de seres enigmáticos, repletos de questionamentos sobre individualidade e diversidade. Criaturas que, inspiradas tanto na ficção quanto na vida, perscrutam e provocam aqueles que desfrutam de sua arte.

Realizou as individuais: Sobre Minha Mãe, Galeria do Sesc, 2021, Concórdia (SC); Demasiadamente Humano, Tralharia Café Bar, 2019, Florianópolis (SC); Sobrevoo, Sala Martinho de Haro, Museu Histórico de Santa Catarina (MHSC), 2016/17, Florianópolis; O Eu e o Outro, Galeria Municipal de Arte Pedro Paulo Vecchietti, 2005, Florianópolis; Dois Pesos e Duas Medidas, Espaço Lindolfo Bell, Centro Integrado de Cultura (CIC), 2014, Florianópolis; Sobrevoo, Fundação Cultural Badesc, 2013, Florianópolis; 30º, Espaço Cultural Rayuela, 2008, Brasília (DF).

Zilda Silva Ramos
Natural de Florianópolis. Nascida em casa por parteira, prática tão comum na época, é a quarta filha de cinco irmãos. O pai Agenor trabalhou na alfândega, enquanto a mãe, Josefa, ajudava nas finanças administrando uma pensão onde moravam. Alugava quartos e servia alimentação aos pensionistas. Nasceu em 1932 e casou em 1950, quando se transferiu para Lages. Lá teve sete filhos. Retornou em 1973 para Florianópolis. Com a morte do marido (1977) precisou trabalhar para o sustento da família (seis estavam em casa ainda). Cozinhou doces e salgados para vender. Sua primeira experiência artística vem na terceira idade, na vivência junto com o filho Ricardo no apartamento onde hoje ainda habitam.

SERVIÇO

O QUÊ: Encerramento da exposição Sobre Minha Mãe, de Ricardo Ramos com participação de Zilda S. Ramos
QUANDO: 29 de abril de 2023, das 10h30min às 15h
ONDE: Museu Victor Meirelles. Rua Victor Meirelles, 59, Centro. Florianópolis, SC.
VISITAÇÃO: Terça a sexta, 10 às 18h, e sábados, 10 às 15h, exceto feriados.
ENTRADA GRATUITA