ENCONTROS À BEIRA DO CAIS
São quatro nomes de há muito presentes no cenário das artes plásticas no Brasil. Presentes não pela classificação simplista de utilizarem determinado código, mas, sim, por perseguirem vertentes variadas de produção artística, com muita inventiva e bastante liberdade.
Inventiva e liberdade que lhes permitem escapar de rótulos, linguagem estereotipada ou morfologia em desuso. Têm os quatro, em comum, o brilho que a criação genuína irradia. E isto por procurarem, sempre, um objetivo estético bastante humano, contemporâneo e simultaneamente atemporal, universal e, ao mesmo tempo, muito nosso.
A razão desta presença está, ainda e justamente, por fazerem o que o ser humano, ao longo do tempo e do espaço, sempre procurou fazer: criar alguma coisa que fosse sua e também de todos. Para tanto, nunca lhe faltaram inteligência e criatividade, pelo saber e pela sensibilidade de ver e transmitir a outrem o universo entrevisto a seu redor, através de imagens representativas, pintadas nas paredes e nos tetos das cavernas nas quais vivia. Imagens de um mundo com todos os seus signos e significados, ainda que com funções essencialmente mágicas e rituais. Foi a representação pictórica o primeiro idioma humano, pois a arte, ou concretamente falando, o desenho, não só está presente no mundo, desde os distantes tempos do Paleolítico, como ainda, acompanha nosso dia-a-dia.
Do ponto de vista sócio-cultural, sabemos todos, a arte sempre se constituiu em conjunto de manifestações criadoras por intermédio das quais a, sociedade, através das imagens e símbolos que inventa, exprime sua concepção do mundo em que vive. Por esta circunstância, meio de comunicação ao mesmo tempo sincrônico e diacrônico, por ir, muitas vezes, além de seu momento de criação, falando não só para hoje, como também para o amanhã, perdurando através do tempo, recriando um passado e anunciando um futuro.
É o que fazem Ana Letícia Quadros, Marília Rodrigues, Maria Luiza Leão e Alex Gama, os quatro que, volta e meia, comigo se reúnem à beira do cais, para com conversarmos sobre o que estão produzindo: Arte (assim mesmo, com “a” maiúsculo) o que lhes assegura lugar privilegiado no âmbito da criação plástico-visual brasileira.
Alcídio Mafra de Souza
Visitações:
Exposição aberta de 20 de outubro a 12 de dezembro de 1999.
Horários:
Aberto de terça a sexta-feira, das 10h às 18h.
Sábados das 10h às 14h.
Informações:
(48) 3222-0692
museuvictormeirelles.museus.gov.br
mvm@museus.gov.br