Na série “Cidades Inventadas”, Lela Martorano fotografa a tela da televisão, criando imagens a partir de fragmentos da paisagem urbana exibidos em filmes e na programação normal da tv. As fotografias trazem pedaços de recordações de vários lugares: ruas, pontes, casas, praças; fragmentos de cidades que são recriadas.
Para Lela, a cidade além de ser o território onde fixamos imagens que nos levam a um pedaço do passado, às vezes muito particular, um passado que nos pertence, ela é reconstruída pela imaginação em outras imagens, em outros cenários.
a imagem inventa a cidade
Os trabalhos que Lela nos apresenta nesta exposição são uma seqüência de imagens produzidas a partir do registro de vídeos na televisão.
Essa seria a definição mais direta em relação ao processo de trabalho da artista, que tem a fotografia como linguagem e não como categoria. As fotografias em seu conjunto revelam ao olhar não a representação em si da realidade, mas algumas sugestões e interpretações dessa possibilidade real. A imagem ampliada favorece ao espectador o entendimento daquilo que em primeira impressão é abstrato. Em suas imagens, Lela Martorano procura estabelecer na revelação da fotografia, algum percurso entre um desvendamento da paisagem e a alteração e manipulação dessa imagem. Essa manipulação e o processamento refere-se muito a memória ou lembrança daquilo que a mente projeta no campo das idéias. Meio sombria, às vezes, as fotografias parecem emitir cor-luz de suas superfícies tal com o a reprodução da tela da tv e texturizadas pela reprodução do filme, dão a impressão apagada que o olhar é o que revela a possibilidade da produção das imagens.
No conjunto das “Cidades Inventadas”, a cidade de alguma forma nos revela uma invisibilidade onde, um banco de praça ou uma estrada em perspectiva, nos remetem a associações imprevisíveis no processo de entendimento ou absorção das imagens.
O texto tenta minimizar a ausência de todos os trabalhos como sendo o primeiro a causar o efeito que as imagens por si só realizam. Sendo assim, o texto-convite desta exposição sugere, além do correto recebimento deste, a plena insinuação de sua presença.
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artista.
Sobre a artista:
Lela Martorano nasceu em São Joaquim, Santa Catarina e vive em Florianópolis desde 1989, onde cursou a Faculdade de Artes Plásticas – habilitação em Pintura e Gravura, na Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC (2000).
Participou de cursos, workshops e oficinas com artistas e críticos como, Tadeu Chiarelli, Waltércio Caldas, Gal Oppido, Shirley Paes Leme, Fernanda Magalhães, Lucas Bambozzi, entre outros. Experimenta também a linguagem cinematográfica, participando de cursos de direção de arte e fotografia.
No V Salão Nacional Victor Meirelles, em 1998, recebeu o prêmio Referência Especial com a série Varais. Hoje, a série faz parte do acervo do Museu de Arte de Cascavel, no Paraná. Em 2004, a exposição “TRANSPORTAS”, integrante do Circuito Catarinense de Artes Plásticas do SESC, circulou por oito cidades catarinenses. Ainda em 2004, participou do projeto “Cria da Casa”, no Espaço oPHicina em São Paulo, com ênfase nas novas investigações em torno da fotografia.
Visitações:
Exposição aberta de 27 de abril a 19 de junho de 2005.
Horários:
Aberto de terça a sexta-feira, das 10h às 18h.
Sábados das 10h às 14h.
Informações:
(48) 3222-0692
museuvictormeirelles.museus.gov.br
mvm@museus.gov.br