INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS

Museu Victor Meirelles

Poesia, Memória e Arquivo: Carlos Drummond de Andrade

Exposição
De 31 de outubro a 18 de novembro de 2017

Estátua de Carlos Drummond de Andrade, Léo Santana, Rio de Janeiro, RJ Foto: Edmund Gall (https://www.flickr.com/photos/e_n_gall/9890000135)
Estátua de Carlos Drummond de Andrade, Léo Santana, Rio de Janeiro, RJ
Foto: Edmund Gall (https://www.flickr.com/photos/e_n_gall/9890000135)

Em comemoração aos 115 anos de nascimento de Carlos Drummond de Andrade e em homenagem aos 30 anos da morte do poeta o Museu Victor Meirelles, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina, abre nesta terça-feira, dia 31 de outubro, às 18 horas, a exposição Poesia, Memória e Arquivo: Carlos Drummond de Andrade.

A exposição é parte integrante das atividades do congresso de mesmo nome, a ser realizado pela UFSC, de 30 de outubro a 1º de novembro, no Centro de Comunicação e Expressão daquela universidade. O congresso terá conferências, mesas redondas e inscrições de trabalhos para pesquisadores de instituições de ensino superior, nacionais e internacionais e é aberto a toda a comunidade. A realização é do Programa de Pós-graduação em Literatura da UFSC, em conjunto com o Núcleo de Estudos Literários & Culturais – NELIC e com apoio da Secretaria de Cultura – SECARTE. Mais informações sobre o congresso no endereço eletrônico http://eventodrummond.blogspot.com.br/.

A programação da mostra, que será aberta justamente durante a realização do congresso, prevê na sua abertura a leitura de poemas de Carlos Drummond de Andrade pelos poetas Alcides Villaça (SP), Manoel Ricardo de Lima (RJ), Júlia Studart (RJ) e Dennis Radünz (SC). Haverá também a apresentação de poema musicado de Carlos Drummond de Andrade por Jair Fonseca, da UFSC, e encerrando a solenidade do dia um sarau aberto, com leituras, dramatizações e performances da poesia de Carlos Drummond de Andrade. A curadoria da exposição é de Maria Lucia de Barros Camargo e Laíse Ribas Bastos.

O Poeta

O portal Carlos Drummond de Andrade, na internet, afirma que “a trajetória pessoal e literária de Drummond merece ser ainda muito iluminada. Um dos maiores nomes da poesia brasileira de todos os tempos, Drummond levou uma existência aparentemente modesta e avessa aos holofotes enquanto burilava uma obra vasta e rigorosa. Vivendo no Rio de Janeiro entre 1934 e 1987, o mineiro atravessaria boa parte do século XX produzindo poesia, crônica para os jornais e marcando, sobretudo com sua obra, todas as gerações posteriores da literatura produzida no Brasil”.

A exposição Poesia, Memória e Arquivo: Carlos Drummond de Andrade apresenta ao público catarinense uma especial reunião de obras raras, como primeiras edições e edições especiais para bibliófilos, além de cartas originais inéditas, manuscritas e datilografadas, fotografias, discografia e a oportunidade de ouvir a voz do poeta lendo seus versos, oferecendo à comunidade catarinense a possibilidade de um contato mais próximo com a poesia e a memória do poeta. Compõem esta exposição as primeiras edições dos livros de Drummond apresentadas em contraste e comparação com suas versões mais recentes, ou seja, desde seu primeiro livro publicado, Alguma Poesia, até Farewell (edição póstuma), passando por antologias, coleções especiais, sua poesia traduzida e publicada em outros países, bem como suas traduções de poesia e prosa para o português, além de algo da fortuna crítica do poeta.

Há ainda a bela edição especial dos 21 poemas escritos por Drummond como glosa ao conjunto de 21 desenhos de Portinari sobre Dom Quixote, de Cervantes, e uma carta do poeta ao seu irmão, Altivo, datada de 1933, um raro documento histórico. Além disso, está presente também na exposição um conjunto de 21 cartas enviadas ao também poeta e editor Domingos Carvalho da Silva. Cartas que tem por foco o próprio fazer da poesia, sua matéria e procedimento, deixando entrever, delicadamente a cada linha, o gesto literário de Drummond: uma leitura atenta da poesia de Domingos, por ocasião da publicação de seu livro Rosa Extinta, por exemplo, e a gentileza do Drummond tradutor em aconselhar Domingos na tarefa da tradução de 20 Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada, de Pablo Neruda.

Por fim, esta exposição marca ainda os 30 anos de uma primeira versão desta mesma mostra, realizada em outubro de 1987, dois meses após o falecimento de Drummond. Naquela ocasião como agora, celebrando a data de seu nascimento, a Universidade Federal de Santa Catarina promoveu o evento Lembrando Drummond, com a realização de uma exposição rememorativa do poeta.

Poesia, Memória e Arquivo: Carlos Drummond de Andrade fica no Museu Victor Meirelles até 18 de novembro de 2017, com visitações de terça a sexta-feira, das 10 às 18 horas, e aos sábados, das 10 às 14 horas. A entrada é gratuita.


POESIA, MEMÓRIA E ARQUIVO: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Em 31 de outubro de 1902, nascia em Itabira do Mato Dentro, nas Minas Gerais, Carlos Drummond de Andrade, o grande poeta brasileiro do século XX, senão o maior de nossos poetas. Falecido no Rio de Janeiro em 17 de agosto de 1987, há exatos 30 anos, Drummond nos deixou, em verso e prosa, uma riquíssima visão do mundo e de nós mesmos. Em comemoração aos 115 anos de nascimento – lembrando também os 30 anos de ausência do poeta – a Universidade Federal de Santa Catarina, através de seu Programa de Pós-graduação em Literatura, em conjunto com o Núcleo de Estudos Literários & Culturais – NELIC e apoio da Secretaria de Cultura- SECARTE, se une ao Museu Victor Meirelles para, juntos, apresentarem a exposição Poesia, memória e arquivo: Carlos Drummond de Andrade.

Com essa exposição, apresentamos ao público catarinense uma especial reunião de obras raras, com primeiras edições e edições especiais para bibliófilos, além de cartas originais inéditas – manuscritas e datiloscritas – fotografias, discografia e a oportunidade de ouvir a voz do poeta lendo seus poemas, oferecendo à comunidade catarinense a possibilidade de um contato mais próximo com a poesia e a memória do poeta. Compõem esta exposição, portanto, as primeiras edições dos livros de Drummond apresentadas em contraste e comparação com suas versões mais recentes – desde seu primeiro livro publicado, Alguma poesia, até Farewell (edição póstuma), passando por antologias, coleções especiais, sua poesia traduzida e publicada em outros países, bem como suas traduções de poesia e prosa para o português, além de algo da fortuna crítica do poeta.

Drummond frente e verso. Rio de Janeiro: Alumbramento, 1989. A rosa do povo. Capa de Santa Rosa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1945. Alguma poesia. Belo Horizonte: Ed. Pindorama, 1930.
Drummond frente e verso. Rio de Janeiro: Alumbramento, 1989.
A rosa do povo. Capa de Santa Rosa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1945.
Alguma poesia. Belo Horizonte: Ed. Pindorama, 1930.

No conjunto ora exibido, chamamos atenção para a bela edição especial dos 21 poemas escritos por Drummond como glosa ao conjunto de 21 desenhos de Portinari sobre o Dom Quixote, de Cervantes, e que se dão a ler/ver, poemas e desenhos, em pranchas individuais. No amplo arquivo de Drummond aberto nesta oportunidade, destaca-se, ainda, na vasta correspondência ativa do poeta, um conjunto de 21 cartas enviadas ao também poeta e editor Domingos Carvalho da Silva. Cartas que tem por foco o próprio fazer da poesia, sua matéria e procedimento, deixando entrever, delicadamente a cada linha, o gesto literário de Drummond: uma leitura atenta da poesia de Domingos, por ocasião da publicação de seu livro Rosa extinta, por exemplo, e a gentileza do Drummond-tradutor em aconselhar Domingos na tarefa da tradução de 20 poemas de amor e uma canção desesperada, de Pablo Neruda. Também exibimos uma carta do poeta a seu irmão, Altivo, datada de 1933, raro documento histórico.

D. Quixote. 21 desenhos de Cândido Portinari, 21 poemas de Carlos Drummond de Andrade. Acompanhados do respectivo trecho da obra de Cervantes. Exemplar nº 475 da tiragem de 1000 exemplares. Rio de Janeiro: Fontana, 4ª ed., 1978.  Acervo RCB.
D. Quixote. 21 desenhos de Cândido Portinari, 21 poemas de Carlos Drummond de Andrade. Acompanhados do respectivo trecho da obra de Cervantes. Exemplar nº 475 da tiragem de 1000 exemplares. Rio de Janeiro: Fontana, 4ª ed., 1978. Acervo RCB.

Para além da simples e sempre merecida homenagem, o objetivo desta exposição é proporcionar um encontro com Drummond a partir do raro material colecionado por estudiosos de sua obra: no conjunto de sua poesia, em seus poemas e em cada verso manuscrito, em suas cartas e dedicatórias que, na circunstância do endereçamento e do envio, ou na impressão da assinatura, fazem com que todo leitor sinta-se de algum modo implicado nesse grande arquivo de poesia e memória.

“Poesia, memória e arquivo: Carlos Drummond de Andrade” marca, ainda, os 30 anos de uma primeira edição da exposição que hoje se realiza: em outubro de 1987, dois meses após o falecimento de Drummond e considerando, como agora, o dia de seu nascimento, a Universidade Federal de Santa Catarina promoveu o evento Lembrando Drummond e uma exposição rememorativa do poeta, que revisitamos hoje, de forma ampliada.

Trecho de carta.
Trecho de carta.

Essa exposição não seria possível sem a generosidade daqueles que compartilharam conosco seus arquivos: nossos especiais agradecimentos a Rita de Cassia Barbosa, Raúl Antelo e Antonio Fabio Carvalho da Silva.

Para abertura, no dia 31 de outubro, contaremos com leituras de poemas de Drummond pelos poetas Alcides Villaça (SP), Manoel Ricardo de Lima (RJ), Júlia Studart (RJ) e Dennis Radünz (SC); sarau aberto de poesia, e a participação de professores e alunos do curso de Letras da Universidade Federal de Santa Catarina.

O encerramento será no dia 18 de novembro, com dramatizações e performances realizadas a partir da poesia erótica de Drummond.


PROGRAMAÇÃO:

31/10, 18h – Abertura:

• Leituras de poemas de Carlos Drummond de Andrade com os poetas Alcides Villaça (SP), Manoel Ricardo de Lima (RJ), Júlia Studart (RJ) e Dennis Radünz (SC)
• Sarau aberto: leitura, dramatizações e performances da poesia de Carlos Drummond de Andrade.

18/11/2017, 18h – Encerramento:

• Exibição do documentário O amor natural (Direção: Heddy Honigmann, Holanda, 1996), realizado a partir do livro homônimo de Carlos Drummond de Andrade.
• Performances realizadas a partir da poesia erótica de Carlos Drummond de Andrade.

CURADORIA:

Maria Lucia de Barros Camargo
Laíse Ribas Bastos

REALIZAÇÃO:

Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina – CCE-UFSC
Programa de Pós Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina – PPGLIT/UFSC
Secretaria de Cultura e Arte da Universidade Federal de Santa Catarina – SECARTE/UFSC
Departamento Artístico Cultural da Universidade Federal de Santa Catarina – DAC/UFSC
Núcleo de Estudos Literários & Culturais – NELIC/UFSC
Instituto Brasileiro de Museus, Museu Victor Meirelles, Florianópolis, SC.


Poesia, Memória e Arquivo: Carlos Drummond de Andrade
Exposição
Abertura dia 31 de outubro, às 18 horas
Até 18 de novembro de 2017
Museu Victor Meirelles
Rua Rafael Bandeira, nº 41 – Centro – Florianópolis/SC
Tel.: 48 3222-0692