Museu Victor Meirelles inaugura exposição com obras da artista catarinense Valda Costa

O Museu Victor Meirelles (Ibram/MinC) inaugura a exposição Profunda Parecença, com obras da artista catarinense Valda Costa, às 18 horas do dia 16 de setembro de 2025, terça-feira. Com curadoria de Juliana Crispe e Rita Oyakanmi, a mostra integra o circuito de exposições Poéticas da Relação, com organização do AYA Laboratório Pós-Colonial e Decolonial do Centro de Ciências Humanas e da Educação (FAED) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), do Armazém Coletivo Elza e do Projeto de Pesquisa Arte Menor do Centro de Artes, Design e Moda (Ceart/Udesc). A visitação é gratuita e vai ocorrer de terça a sexta, das 10 às 18h, e aos sábados, das 10 às 15h, exceto feriados, até o dia 14 de novembro.

As pinturas de Valda retratam pessoas negras em espaços de celebração, de resistência e de cotidiano. Abordam experiências vividas na comunidade do Morro do Mocotó, nos carnavais, nas festas populares e nos interiores das casas. Segundo as curadoras, a obra da artista insiste na presença e na parecença de um povo que, apesar das exclusões históricas, firma seus modos de existir, de narrar e de se ver: “Valda Costa pinta com os olhos de quem reconhece e se reconhece, e com isso transforma o retrato em gesto de pertencimento e escuta. Esta exposição é, portanto, um convite: a ver para além da superfície. A entrar nas cores que guardam memórias, a escutar o silêncio entre as pinceladas. A nos perguntarmos: com quem parecemos? De quem viemos? A quem pertencemos? Porque parecemos, profundamente, um tanto de outros”.

Valda Costa

Vivalda Terezinha da Costa nasceu em Florianópolis em 1951. Desenhou desde a infância e teve sua trajetória artística influenciada por Martinho de Haro, que conheceu durante o Carnaval. Mulher negra, periférica e mãe de seis filhos, desafiou o mercado de arte ao comercializar suas obras sem a mediação de marchands. Por vender muitas vezes com preços abaixo do valor de mercado, mesmo sendo uma artista de renome, acabou sendo marginalizada pelo circuito comercial de arte da época.

Usou pseudônimos como Miguel Angelo, Angelo Miguel ou seu nome de batismo, Vivalda, para lidar com a resistência de compradores que se recusavam a pagar valores acessíveis por suas obras. Deixou de assinar alguns trabalhos ao final da vida, adoecida e desiludida com o meio artístico. Faleceu aos 42 anos de idade em 1993. Sua produção, estimada em cerca de 800 obras, obteve ampla difusão cultural na cidade à época, com peças levadas ao exterior e integrando acervos institucionais.

SERVIÇO:

O QUÊ: Exposição Profunda Parecença
QUANDO: 16 de setembro a 14 de novembro de 2025
ABERTURA: 16 de setembro de 2025, às 18h
CURADORIA: Juliana Crispe e Rita Oyakanmi
ONDE: Museu Victor Meirelles – Florianópolis, SC

VISITAÇÃO:

Terça a sexta: 10 às 18h
Sábados: 10 às 15h
* Exceto feriados

ENTRADA GRATUITA