INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS

Museu Victor Meirelles

Museu Victor Meirelles inaugura exposição sobre Glauco Rodrigues

publicado: 10/06/2022 15h09, última modificação: 10/06/2022 15h09

O Museu Victor Meirelles (Ibram/Secult/MTur) abre a exposição “Glauco Rodrigues: entre trânsitos” no dia 15 de junho de 2022, inaugurando sua sala de exposições temporárias após obras de restauração e ampliação. A partir da data, o horário de funcionamento será ampliado e a visitação passa a ocorrer de terça a sexta-feira, das 10h às 18h, e aos sábados das 10h às 15h, exceto feriados. A entrada é gratuita. Serão exibidas 25 gravuras de Glauco que fazem parte da Coleção XX e XXI do acervo e foram doadas em 2018 por Norma de Estellita Pessôa, viúva do artista. Haverá, também, exibição dos documentários de Zeca Brito “Glauco do Brasil” e “O Clube de Bagé”, com calendário de exibição semanal e horários a serem divulgados no site e nas redes sociais do museu Instagram e Facebook (@museuvictormeirelles) e opção de agendamento através do e-mail mvm.educativo@museus.gov.br.

Glauco (Bagé-RS, 1929-2004), autodidata, não se ateve a uma única técnica ou filiação estética. Herdeiro do Grupo de Bagé, transitou constantemente pelas vanguardas de seu tempo. Foi exímio retratista e é bastante conhecido pela sua influência pela Pop Art, pelo modernismo e pelo Tropicalismo. A exposição apresenta serigrafias, litografias e uma linóleogravura produzidas entre 1970 e 1993 que representam um breve recorte da obra do artista. A divisão se dá a partir de três módulos. O primeiro, “experimentações”, reúne as obras que ilustram momentos singulares da vida do artista em que preponderou o estudo de técnicas. O segundo módulo, “regionalismos”, traz elementos regionais, com foco na paisagem do Rio Grande do Sul, tema recorrente nas fases do artista. Já o último módulo, “Tropicalismo Crítico”, mostra cenas brasileiras, “tipos” nacionais e brinca com a pintura acadêmica e modernista.

O artista Glauco Rodrigues

Glauco Rodrigues (05 de março de 1929 – 19 de março de 2004) começa a pintar, como autodidata, em 1945. Em 1949, recebe bolsa de estudos da Prefeitura de Bagé e frequenta, por três meses, a Escola Nacional de Belas Artes – Enba, no Rio de Janeiro. Em 1951, funda o Clube de Gravura de Bagé, com Glênio Bianchetti (1928) e Danúbio Gonçalves (1925). Fixa-se em Porto Alegre e participa do Clube de Gravura de Porto Alegre, fundado por Carlos Scliar (1920 – 2001) e Vasco Prado (1914 – 1998). Em 1958, muda-se para o Rio de Janeiro e integra a primeira equipe da revista Senhor. Reside em Roma entre 1962 e 1965. Ao retornar ao Brasil, participa de importantes exposições, como Opinião 66, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ. No fim da década de 1950, sua produção se aproxima da abstração.

Volta à figuração no início dos anos 1960, e produz obras sob o impacto da arte pop, tratando, com humor, de temas nacionais como a imagem do índio, o carnaval, o futebol, a natureza tropical e a história do Brasil, que inspiram séries como Terra Brasilis, 1970, Carta de Pero Vaz de Caminha, 1971, No País do Carnaval, 1982 ou Sete Vícios Capitais, 1985. Na década de 1980, recebe o Prêmio Golfinho de Ouro Artes Plásticas do Governo do Estado do Rio de Janeiro e publica o livro Glauco Rodrigues, que reúne toda sua obra. Em 1999, recebe o Prêmio Ministério da Cultura Candido Portinari – Artes Plásticas.

O título da exposição

Destaca-se na exposição a ideia de “trânsitos”, tal qual definido pelo cineasta Zeca Brito, autor dos documentários “Glauco do Brasil” e “O Clube de Bagé”: “O trânsito é questão fundamental para pensarmos a poética de Glauco. Trânsito que estabelece diálogos com a história e com o tempo (…). Um trânsito com idas e vindas, da cópia autodidata ao domínio do desenho de observação e perspectiva, de um Realismo Crítico para uma poética abstrata (…). De artista figurativo negado pelos abstratos nos anos 1950 a artista abstrato consagrado na Bienal de Veneza em 64. De artista abstrato a artista pop, do Pop futurista ao Tropicalismo Crítico”.

SERVIÇO

O QUÊ: Abertura da exposição “Glauco Rodrigues: Entre Trânsitos” – Obras de Glauco Rodrigues que compõem o acervo do Museu Victor Meirelles. O artista é conhecido pelo envolvimento com a estética tropicalista.
QUANDO: A partir de 15 de junho de 2022. Visitação de terça a sexta-feira, das 10 às 18h, e sábados das 10 às 15h, exceto feriados.
ONDE: Museu Victor Meirelles. Rua Victor Meirelles, 59, Centro. Florianópolis, SC
VISITAS MEDIADAS: Agendamento pelo e-mail mvm.educativo@museus.gov.br
ENTRADA GRATUITA.

Sem título [Mergulho na cidade do Rio de Janeiro]. Glauco Rodrigues, serigrafia, 1987, Rio de Janeiro, RJ. Acervo/MVM.
“Terra Brasilis”. Glauco Rodrigues, serigrafia, circa 1970, Rio de Janeiro, RJ. Acervo/MVM.