INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS

Museu Victor Meirelles

Espetáculo Báyànni

Performance de Aldelice Braga (Nega) e percussão de Luciano Candemil

Na semana da consciência negra, o Museu Victor Meirelles promove o espetáculo Báyànni.

Báyànni é um espetáculo musical performático que pretende fazer uma imersão na África ancestral através da música, da dança, da religião e da culinária. Conta de forma poética a trajetória de mulheres negras que de princesas passaram a escravas. Narra a dura adaptação dessas mulheres à terra estranha onde criaram seus filhos, muitas vezes cumprindo papel de pai e mãe. Conta também sua luta pela liberdade e pela dignidade de seu povo.

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Foto: Guaraci Cabrera

Com performance de Aldelice Braga (Nega) e percussão de Luciano Candemil, o espetáculo traz à cena o universo feminino na figura de personagens históricas como Luiza Mahim, quituteira que teve participação na chamada “Revolta dos Malês”, na Bahia. A revolta onde se destacou a figura de Luiza foi uma mobilização de escravos de origem muçulmana, ocorrida na noite de 24 para 25 de janeiro de 1835 na cidade de Salvador. Foi uma sublevação de caráter social, de escravos africanos das etnias hauçá, igbomina e Picapó, de religião islâmica, organizados em torno de propostas radicais para libertação dos demais escravos africanos que fossem muçulmanos. “Malê” é o termo que se utilizava para referir-se aos escravos muçulmanos.

Essas bravas mulheres, da têmpera de Luiza Mahim, estão presentes até hoje na representação das muitas baianas que se encontram em todos os cantos do Brasil. O “tempero” da revolta é realimentado pela memória dessa quitandeira, que deu um novo sabor à história do povo negro, alimentando-a com a imagem de uma líder vitoriosa e destemida.  O espetáculo Báyànni pretende trazer ao público, por meio do simbolismo da música e da dança, um pouco da bravura e do sentimento dessas guerreiras apagadas pela história oficial. Báyànni é o Orixá da família de Xangô que, segundo alguns mitos, seria o irmão ou irmã que ajudou Xangô a conquistar o trono de Oyó.

Aldelice Braga, mais conhecida como Nega (foto, acima) é natural de Salvador. Atriz, bailarina, coreógrafa e pesquisadora, é fundadora do Grupo Afro Batucajé, em parceria com o percussionista francês Nicolas Malhomme. A dupla desenvolve trabalho conjunto desde 1995, tendo desenvolvido um método que envolve a dança acompanhada da sonoridade da percussão ao vivo, com adaptação de ritmos tradicionais africanos à linguagem afro-brasileira.

Nega é graduada em Educação Física (UCSAL/BA) e especialista em Estudos Contemporâneos sobre Dança. Para aprimorar sua técnica de dança excursionou pela Europa em 2001, onde estabeleceu contatos com renomados mestres de Danças do Oeste Africano. Em 2003 foi ao Senegal para pesquisar a Dança do Sabá.

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Foto: Guaraci Cabrera

Luciano Candemil (foto) é natural de Florianópolis, atualmente estuda no Curso de Bacharelado em Música (bateria e percussão) da Universidade do Vale do Itajaí, em Itajaí, onde  desenvolve o projeto de pesquisa “Instrumentos de Percussão dos Grupos Folclóricos de Santa Catarina”. Tem vários trabalhos gravados. Como compositor destaque para o CD “Candemil e Quilha – Na cara do bicho”. Como produtor musical, idealizou e dirigiu o projeto “Minha Vila Minha Escola – vol.01 e vol.02”, dois CDs que reúnem sambas de enredo antigos da Escola de Samba Vila Isabel de Laguna (SC), onde também, nos últimos anos, foi diretor artístico, autor de tema-enredo, e de sambas premiados. Ainda como compositor, tem participado de vários festivais, como o FEMIC, Festival da Canção de Balneário Camboriú, e do Festival de Piçarras, onde foi premiado em 1º lugar na categoria estadual. Como instrumentista vem acumulando participações em shows, gravações de CD, e de DVD e festivais. É também compositor de peças para bateria e percussão entre elas “Festejo”.


Fotos do evento:


Espetáculo Báyànni
Performance de Aldelice Braga (Nega) e percussão de Luciano Candemil
Dia: Sexta-feira, 22/11/2013
Horário: 19h
Local: Largo Victor Meirelles, centro.